De há uns anos para cá, o setor da limpeza comercial tem sido agitado por robôs e soluções de limpeza autónomas. E... por que não? Os custos de limpeza estão a subir abruptamente, os preços da mão-de-obra estão a aumentar e está-se a tornar difícil encontrar pessoas para realizarem estas tarefas. É igualmente motivador ter tecnologias de navegação de ponta de categoria espacial e militar, a preços suportáveis, disponíveis para o tratamento de pavimentos comerciais. De facto, tenho de dizer que é revolucionário, porque, na verdade, as soluções de limpeza autónomas estão prestes a abalar e transformar o setor da limpeza de uma forma que nunca antes tinha acontecido. Isto, bem entendido, se as expectativas se cumprirem.
Como gestor de produto responsável por levar as soluções autónomas até ao mercado, deixem-me dizer apenas que sinto alguma pressão sobre os meus ombros. Embora certamente existam argumentos para lançar algo e ser o primeiro a comercializar um produto verdadeiramente autónomo, penso que haverá provavelmente um argumento mais forte para aproveitar o tempo para que tudo fique bem. Na minha opinião, um produto com um mau desempenho não irá revolucionar o setor, mas sim, antes de mais, frustrar os clientes.
Em vez de ter pressa em apresentar um produto ao mercado, procuro antes obter o máximo contributo do cliente para poder lançar o produto certo no mercado.E quando digo contributo do cliente, não me refiro apenas a fazer-lhe algumas perguntas e continuar o meu caminho.Refiro-me a iniciar e manter um diálogo permanente com os clientes, o que inclui fazer perguntas, ouvir as suas preocupações, monitorizar o seu comportamento de limpeza e validar o que aprendi.
Este processo inicia-se na fase conceptual do desenvolvimento do produto, quando me certifico de que as novas ideias foram testadas e examinadas e que os pressupostos centrais estão validados.Continua até à última fase do desenvolvimento do produto, em que finalizo as caraterísticas do produto e as preferências do cliente.É um processo que me permite compreender e apreciar plenamente os pontos críticos do cliente, para assim poder desenvolver um produto e uma estratégia de mercado que resolva esses pontos crítico o mais possível.
Recuo ao final da década de 1990, quando os telemóveis ainda eram uma coisa nova no mercado e a cobertura da rede móvel era bastante fraca, tendo sido lançada uma rede de comunicações com uma constelação de satélites.A empresa, apoiada pela Motorola, apresentou a rede como um substituto das torres de telemóveis e uma forma de qualquer pessoa poder fazer ou receber uma chamada telefónica em qualquer lugar.A seu favor, a empresa desenvolveu um produto tecnologicamente avançado que funcionava perfeitamente e fazia exatamente o que era suposto fazer. Onde a empresa falhou, no entanto, foi não ter avaliado devidamente o mercado e o ponto de equilíbrio do preço do produto.Acontece que muito poucos clientes estavam dispostos a pagar o preço elevado, e a empresa pediu a insolvência.
Penso que este é um excelente exemplo de como o envolvimento do cliente poderia ter feito uma diferença significativa no desenvolvimento do produto e na estratégia de lançamento deste produto.Neste caso, o produto estava coreto, mas o preço não. Falar com os clientes poderia ter proporcionado a visão de mercado que esta empresa precisava para ter um grande sucesso em vez de um grande fracasso.
Para mim, o processo de desenvolvimento do produto é uma caminhada para ouvir o cliente.Antes de qualquer decisão de produto ser finalizado, quer seja uma capacidade do produto, um beneficio ou uma questão de preço, eu envolvo o cliente.É a única forma de recolher a informação que preciso para apresentar ao mercado um produto autónomo que traga valor para os clientes.É a única forma de revolucionar o setor.A única forma de cumprir as expectativas.Também não penso que se deva exagerar no envolvimento do cliente.Ouvir o cliente, validar o que aprendeu com o cliente, e repetir o que for necessário até ter um produto que realmente satisfaça as suas necessidades.
Este blog foi escrito por:
Matt Fussy
Diretor, Gestor de Produto
Soluções Autónomas Conectadas