Este artigo foi publicado na revista Chain Store Age, a 13 de junho de 2018.
O valor da entrada de uma loja limpa é imensurável. Estando já provado que a limpeza de uma loja tem um impacto no comportamento do consumidor face à compra, as instalações limpas ajudam a gerar receitas para os retalhistas de todos os tamanhos e setores. À medida que a Internet das Coisas (IoT) e os edifícios inteligentes ganham vida, a “limpeza conectada” terá um maior e crescente valor económico para as empresas, através da redução dos custos e melhor uso dos recursos.
Nos próximos anos, os retalhistas aproveitarão o equipamento de limpeza que comunica entre si e com outros sistemas num edifício. Os sistemas irão antecipar as necessidades através da análise do ambiente, da troca de dados e do envio de instruções sobre atividades que precisam de ser realizadas. Estes desenvolvimentos irão abrir as portas a uma operação de limpeza autónoma e integrada, na qual as máquinas sabem quando, onde e quanto limpar. Estas irão recolher e combinar dados de vários pontos de sensores no edifício, tais como sistemas elétricos e aplicações meteorológicas, para assim prever e ajustar o nível e a frequência de limpeza. As vantagens serão operações mais eficientes, custos mais baixos e ambientes mais personalizados.
Trazer a limpeza conectada à vida
Avanços recentes na tecnologia IoT permitiram que os edifícios inteligentes se tornassem uma realidade. Neste momento, a IoT permite que tecnologias como sensores e software comuniquem com uma variedade de dispositivos conectados. A crescente conectividade entre os dispositivos e sistemas que utilizamos permite que sistemas de iluminação e de aquecimento se liguem e desliguem automaticamente nos edifícios, e que as condutas de água informem as empresas de serviços públicos onde tem origem uma fuga.
Com o nascimento da limpeza conectada, onde os parâmetros de IoT estão integrados em soluções de limpeza e peças de equipamento, teremos equipamentos de limpeza a comunicar entre si e com vários sistemas num edifício. Esta comunicação e partilha de informação permitirá às máquinas adaptar automaticamente programas de limpeza ao clima, enviar relatórios de desempenho em tempo real e notificar os fornecedores de equipamentos de limpeza quando for necessária manutenção.
Como qualquer indústria, o setor da limpeza concentra-se em tirar o máximo proveito das vantagens das novas tecnologias. O desenvolvimento é, em parte, incentivado pela necessidade de que os retalhistas têm de oferecer mais valor a partir dos serviços de limpeza ao mesmo custo. Para dar resposta a esta necessidade, tanto as empresas de limpeza contratadas, como os fornecedores estão a orientar cada vez mais a sua atenção para máquinas de limpeza conectadas e autónomas, de modo a oferecem uma limpeza mais eficiente e de maior qualidade, a baixos custos.
Criar valor através da limpeza conectada
Os serviços de limpeza de hoje devem ser otimizados. A IoT pode aumentar a produtividade, fazendo com que a limpeza conectada forneça dados fundamentais que irão informar as operações de limpeza e fornecerão valor tangível.
Com a conectividade, existe mais visibilidade e controlo sobre os recursos de limpeza, dando aos retalhistas a oportunidade de rastrear se a máquina está a funcionar, quem a está a operar, o local de cada máquina e a quantidade de tempo gasto por cada máquina. Enquanto que todos estes dados podem ser otimizados para o programa de limpeza, os dados em si não são suficientes. Em vez disso, os dados têm de ser utilizados para criar valor e fornecer melhores resultados de negócio.
Numa entrada de loja, a limpeza conectada permitirá que sensores à entrada da loja avaliem o estado de limpeza do chão. Depois, estes dados são transmitidos ao equipamento de limpeza que determinará a frequência e a abrangência da limpeza necessária. Esta automatização garante uma limpeza de elevada qualidade. Por outro lado, a integração da informação sobre as condições climáticas permite que a frequência da limpeza aumente à medida que chova ou neve, de modo a melhorar a limpeza, e ainda reduzir o risco de segurança, devido a pisos molhados. Os dados recolhidos pelo equipamento de limpeza conectada também rastrearão os níveis de tráfego de pessoas dentro da loja, que podem ser otimizados para prever a necessidade de limpeza.
As futuras entradas de loja autónomas
Na próxima década, avançaremos em direção a um ecossistema digital operado por uma mega rede de dispositivos e sistemas conectados e computação cognitiva. Os edifícios inteligentes permitirão a existência de fachadas de loja autónomas onde sistemas “back-of-the-house” para a iluminação, aquecimento e ventilação usem sensores para ajustar as definições e o desempenho, dependendo do número de clientes no espaço, tendo como resultado um ambiente mais personalizado e confortável. No futuro, a limpeza conectada será um desses sistemas, juntamente com sistemas de segurança e sistemas de mobilidade, tais como elevadores e escadas rolantes.
Os edifícios e, portanto, as lojas aí inseridas, continuarão a tornar-se cada vez mais avançadas. Como os vários sistemas trabalham em conjunto, os dados serão combinados e utilizados para oferecer valor através da otimização da limpeza. Apesar de os retalhistas obterem informações valiosas a partir dos dados recolhidos, os consumidores também terão uma experiência agradável e confortável durante as suas compras, o que, por seu lado, é vantajoso para o negócio.
Torben Lund Andersen é Senior VP das soluções autónomas conectadas na Nilfisk, responsável por desenvolver soluções de limpeza inteligentes.